quinta-feira, 26 de maio de 2011

A História da Fonoaudiologia no Brasil!

       Não muito diferente dos dias atuais, acreditava-se, na década de 20, que através da educação a mudança social poderia surgir. As diferentes etnias e também as diferenças regionais agravaram o caráter heterogêneo da língua - o que na época foi visto como um
problema social -, e mais tarde na década de 90, foi abordado no livro Preconceito Linguístico de Marcos Bagno como apenas uma aceitável variedade da língua.
 A necessidade vigente da uniformização da língua somada aos distúrbios de comunicação levou médicos, educadores
e agentes públicos ao consenso de que na escola poderia estar o maior público destes problemas, unidos criaram projetos de reestruturação das bases de ensino e, aliados à isso, iniciaram pesquisas em reabilitação dos distúrbios da voz e fala, bem como cursos de orientação aos professores com o objetivo de criar a imagem do brasilerio-padrão.
      Na década de 30, vinculado ao ensino pedagógico e as terapias médicas iniciou-se a idealização da profissão. Esses projetos e interesses foram à pratica efetiva nos anos 50, quando surgem os movimentos para habilitação sistemática em terapia da palavra, estudos no campo da linguagem, afasias – problemas da linguagem com origens neurológicas -, profissionais do teatro precursores na reabilitação dos problemas da voz e também do aprimoramento das técnicas vocais.
       Em seguida, iniciou-se o curso para formação em
logopedia – termo em espanhol para o que mais tarde seria fonoaudiologia – inicialmente oferecido como um tecnólogo na Sociedade Pestalozzi do Brasil no Rio de Janeiro.
Posteriormente, em 1960 na Universidade de São Paulo, em 1961 na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – duração de 1 ano - e na Universidade Federal de Santa Maria no Rio Grande do Sul com duração de dois anos .

       Os cursos em nível de bacharel criados nos anos 70, levaram a reflexões para firmar a formação do fonoaudiólogo na luta pelo reconhecimento como profissional autônomo, apto a atuar sem a dependência do médico, psicólogo, lingüista, professor de fonética ou qualquer outro profissional, mas sim, desenvolvendo um trabalho em equipe interdisciplinar.
      Entretanto, para isso era necessária a aprovação do plano do curso de  fonoaudiologia e do currículo mínimo, tais conquistas que se deram em 1976. Já a profissão foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura sob a Lei Federal nº 6965 de 9 de dezembro de 1981, (data que oficializou o dia do fonoaudiólogo).
Na década de 80, criaram-se os órgãos da classe: o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fonoaudiologia, que atualmente são divididos em oito regiões – veja o gráfico ao final do texto. Em 1990, dada a expansão do número de profissionais nas regiões, foi necessário o surgimento dos sindicatos para fiscalizar a profissão. No mesmo período foi criada a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), o que incentivou e difundiu os trabalhos científicos na área e também instigou a publicação de livros e revistas oriundos de especialistas da área no Brasil.
     Como todas as demais graduações, a fonoaudiologia não deixou
de se expandir. A educação continuada latu sensu (pós-graduação) e stricto sensu (mestrado ou doutorado) tem elevado desde seu surgimento o nível de conhecimento e qualificação profissional.
Nos anos 1980, os fonoaudiólogos realizavam suas pós-graduações em áreas adjacentes: lingüística e psicologia, por exemplo.
     Os primeiros trabalhos específicos da fonoaudiologia abordaram a área dos Distúrbios da comunicação Humana. Em 1992, a UFSM foi precursora no curso de Mestrado sobre Comunicação Humana. As primeiras divisões de áreas de atuação foram a audiologia e a linguagem. Em 1996, o Conselho Federal estabeleceu quatro áreas de especialidades: audiologia, voz, motricidade oral e linguagem.
Tal divisão acarretou algumas críticas devido a não contemplação de todas as áreas as quais diversos currículos já abordavam. Todo o percurso trilhado no surgimento, na definição, nas abrangências, na expansão do público-alvo contribuíram para aperfeiçoar o perfil do profissional.Atualmente há 3 novas especializações: saúde coletiva, fonoaudiologia escolar e disfagia ( que antes ficava na especialidade de motricidade e agora atingiu independência ) e assim se contemplam todas áreas envolvidas na ciência do saber fonoaudiológico.